quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Irrealidades

No imaginário
existe alguém.
Procura janelas,
folhas coloridas,
Relicários.

Lenda do ontem nunca vivido.
Sem lembranças,
Sem sabores adocicados;
sombra do invisível.

No imaginário
o ar criou uma imagem.
Arrogante, poeta, mágica.
Lábios quentes
que ao penetrá-la
encontraram o vazio,
um rio sem água.
Uma vida sem magia,
trapézio sem luz.

No imaginário,
onde tudo se reduz,
o real canibal de sonhos...
esmerado artificie,
ainda desenha rios e horizontes.

No imaginário,
jardins de plantas tropicais,
navegam desígnios,
cumprindo com Leis.
Mas todos os portais,
do amor ou da aberração
são feitos de luz...

No imaginário,
a treva existe,
mas só lá.
De tanto amar sou demente...
A luz a tudo resiste.
O real és tu.
A chama eterna...
escondida para todo o sempre.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Dureza

Olhos refletindo infinitos,
invisíveis,
poderosos,
desenfreados,
ardentes,
que irrompem
desmedidos
no teu ser.

Boca faminta
de língua,
de essência,
de alma
de força.

Ouvidos sequiosos da palavra,
do poema,
da água murmurando
do teu ventre desejando.

Narinas secas do aroma
tão profundo,
adocicado,
viril e criativo
da seiva
dessas raizes...

Mãos tateando o ar,
esculpindo corpos decorados
acariciando paredes
veludos,
prados.

Desejos abrindo janelas,
indefinidas em seus cantos,
cabelos voando em ventos
e desencantos.

Estruturas mortas,
substâncias secas,
palavras vãs
frívolas carências,
são os ecos
que te corroem sem descanso.

Lindo

http://www.youtube.com/watch_popup?v=SkY03n0_sD8&vq=medium