quarta-feira, 4 de julho de 2012

Carta a um amigo

Referente às fotos onde na praça da Bastille François Holland estava rodeado de uma multidão com várias bandeiras de paises árabes e africanos e apenas uma era a bandeira da França. Ao mesmo tempo, no Trocadéro, Sarkozy estava rodeado de uma multidão carregando apenas a bandeira da França, aos milhares. François Holland tem três árabes no seu gabinete.


a diferença entre a "poesia da teoria" e a triste realidade é abismal.

A França é um dos países onde o trabalhador é mais regalado e respeitado no mundo inteiro.
Vivi lá quatro anos como estudante. Nunca me faltou nada. Já nessa época o estudante e o trabalhador tinham transporte público quase de graça. Nessa época os transportes eram bilhões de vezes superiores aos brasileiros de hoje. Só em Hong Kong vi algo parecido.
Tinhamos bilhetes gratuitos ou quase -  para óperas, peças de teatro etc. Comida balanceada por 1.5 francos nos restaurantes universitários espalhados pela cidade - e eu nem era francesa, nem se sonhava com a Comunidade Europeia.

As universidades estavam cheias de árabes e negros, principalmente da Costa do Marfim, Niger e Camarões.
A assistência médica era ótima, talvez o sonho dos brasileiros para o ano 3.000.
Agora, nos dias de hoje, basta trabalhar tres meses, sendo estrangeiro, para deixar de trabalhar e ter subsídio de desemprego por um ano - Note: mesmo para estrangeiros. O trabalhador estrangeiro  é tratado com os mesmos direitos, subsídios, bolsas, cursos etc. que um francês.

Agora: os muçulmanos vindos do norte de África ou da região ao sul do Sará estão abusando. Em lugar de se adaptar aos usos e costumes do país para onde imigraram querem que o pais se adapte aos deles. Provocam revoltas e já no meu tempo havia um ataque terrorista - de pequena escala - pelo menos uma vez por semana, só em Paris. Muitas vezes dentro do metro. A maior parte por argelinos.

São esses quem ataca os judeus que nada têm a ver com Cabala, bancos e monopólios ou NOM. E mais, no meu tempo (pois agora é muito "melhor") quase todas as greves da fome - fossem de iranianos e simpatizantes contra o Xá do Irã, tunisinos contra o regime, marroquinos contra o rei etc. lhes era dado um lugar espaçoso e arejado dentro de uma instituição do governo, muitas vezes a Universidade de Vincennes ou outras, onde eles poderiam mostrar filmes sobre as barbaridades dos respectivos governos. No meu tempo era em Paris que o ayatollah Khomeini tinha os seus comícios. Todos sabiamos. Quer mais liberdade do que isso? Nas manifestações de rua, tal como em Inglaterra,  os manifestantes sao protegidos pela polícia - até que esses mesmos se manifestem contra os que os protegem - o que acontece atualmente.

Com isto não estou defendendo capitalismos nem socialismos. Nem acredito em qualquer deles, pois apenas acredito na liberdade individual quando todos forem conscientes de que a sua liberdade termina onde começa a do vizinho. Sou "inclinada" ao constitucionalismo (USA).

Porém, eu sei que em França há um grande perigo - a perda do ideal nacionalista e da cultura. Alguém gostaria que argentinos, bolivianos, paraguaios e tal - tomassem o Brasil, roubassem a nossa identidade e substituissem a cultura, tal como os chamados Vandalos tomaram Roma, o que provocou a sua queda?

A infiltração aparentemente silenciosa dos imigrantes em França toma vulto, principalmente quando um político, como o Holland - como dizem os mexicanos: me importa um pepino qual seja -   para ganhar as eleições se acomoda, ou seja, vende a si mesmo e seu país aos imigrantes que podem votar e assim ganhar os votos que os franceses lhe negaram. Porém, esses mesmos imigrantes ou filhos de imigrantes continuam fieis ao país de origem de seus pais ou à cultura religiosa a qual acima de tudo e como todos sabemos é puramente política.

Fui casada com um muçulmano tunisino que, tal como eu, era estudante em Paris. Eu sei do que estou falando. Conheço os dois lados por dentro e por fora. Eu sei que a França deve colocar os franceses acima de tudo, como o Brasil deve fazer com o seu povo. Ninguém pode dar o que não tem. Sabemos que há uma dívida muito grande com os paises colonizados, como a horrenda guerra da Argélia, e o abuso feito em paises como Costa do Marfim, mas seria muito melhor ajudar esses paises a se erguerem do que absorve-los, já que pretendem continuar a ser nacionalistas, não em relaçao à La France, mas a seus paises, mesmo que nunca aí tivessem ido.

Todos sabemos que essas escolhas são devidas à necessidade de identidade. Em França eles não se podem sentir franceses, pois carregam a sua cultura desde que nasceram, o que dividiu a sua individualidade e essência. Isso abala as suas raizes - "Quem sou? De onde sou?" Então, quando as massas os chamam imediatamente se identificam e aderem.

Voilà - Maintenant je suis contre la droite.
Algo que vale a pena para me identificar.
Algo francês que torno anti-francês.

Seremos tão ingenuos que não reconhecemos o segundo verdadeiro inimigo por tras da bandeira do Irak e tal? O fundamentalismo muçulmano - Não esquecer.

Para eles a direita é a malfeitora e causadora da miséria dos paises de seus pais. Mas já que a França lhes permite estudar em boas universidades de graça, por que ao terminar os estudos não voltam para esses paises e trabalham para que seus compatriotas saiam da miséria? Claro que isso é uma loucura, alucinação da minha parte. O conforto pessoal é muito mais forte e se nesses paises eles se manifestassem - a polícia não iria protegê-los, como em França, mas sim atacá-los, prendê-los e quem sabe torturá-los até a morte. La Liberté é para os franceses, por isso eles ou seus pais imigraram para França, e o problema é quererem ludibriar as regras e rasgar a ética da liberdade - quando tomam as rédeas de direitos a que não têm direito.
Porquê? Porque na verdade ils s'en foutent de la France. (Não dão a mínima pela França)
A minha pergunta é: as fronteiras existem, é uma realidade. Então por que será que no nosso lirismo social e quando nos convem queremos destruí-las?

O meu ideal, naquele planeta onde eu gostaria de viver, não há fronteiras. Nem francesas, nem americanas, brasileiras ou sudanesas. Contudo, é preciso ver que nesse mesmo planeta todos seriam educados, seus ideais seriam elevados e a identificação de cada um seria com algo dentro de si, mas que também seria muito maior do que eles. Todavia, a realidade é que neste planeta Terra, (que talvez um dia chegue a ser como o do meu ideal - quem sabe? Eu sou muito otimista e até penso que tenho bases para isso)  a consciência da maioria ainda é precária, pobre, vulgar e primitiva. Sejamos nós de direita ou de esquerda.

Dizendo tudo isto, não estou defendendo o ideal de ter seja quem for por presidente da França. Quem sai ou entra tanto me faz e seria muito ingenua se pensasse que por tras de François Holland há alguma força diferente da que esteve e continua estando por tras de Sarkozy.

Como pode alguém que sabe o que se passa no mundo como a ação da Nova Ordem Mundial, dizer que um filho de um agente da CIA - que nem era agente diga-se de passagem, submete a França aos Estados Unidos? Todos vimos e ouvimos que Holland ou Sarkozy se tivessem de submeter-se a algo seria à Alemanha, mas acima de tudo aos dirigentes da Comunidade Europeia, ou seja à NOM, e é bom notar que as cúpulas mais altas são inglesas e tal. Quem ainda continua mandando no mundo é a Inglaterra, através da família real europeia, principalmente da Dinamarca, que aparentemente não têm poder, assim como os Morgan, Rothschild e alguns outros como os americanos Rockfeller e Bush.

Para quê tanta animosidade contra os Estados Unidos? Acha que todos sao agentes da CIA? O povo americano é generoso, alegre, bom, trabalhador como mais ninguém e estudioso. Mas é um pais imenso. Sao quase 300 milhoes de almas de todas as raças e religioes.
Há os republicanos e os que votam nos republicanos - uma grande diferença. Eu sou americana e tenho orgulho nisso. Amo aquele pais. Detesto a política, principalmente a republicana, mas eu sei que por trás de democratas ou republicanos está a mesma força que comanda a Europa. Só para assuntar, também sou europeia, tenho os dois passaportes... Eu vivi, comi e bebi política de manhã à noite. Em Portugal fui comunista, em França trotskista e ambas vertentes me ensinaram a abominá-las.
Nos Estados Unidos eu vivia em cima de tapete vermelho, meu ex-marido era economista do Banco Mundial - o inimigo!!! 
Não, não dei em doida, sou mais equilibrada do que a maioria e aprendi muito -
No frigir dos ovos foi para isso que nasci - aprender e passar esse conhecimento. O que aprendi? Isso dá um livro... mas quanto a partidos políticos - uns são mais requintados em maneiras e palavras ou instintos de malvadez, outros mais rudes e populares, mas no fim:  "vira o disco e toca o mesmo..." É por isso que o Brasil não tem oposição, só nominal e o que seria "esquerda" é burguesia pura. O Brasil de esquerdismo só tem corrupção e nomenclatura.

"Engodo" é a palavra certa para os que acreditam nas palavras dos políticos. Eles apenas querem  votos, nao importa de quem. Depois? Muitos sao uns vendidos, preocupando-se com as próximas eleições, para finalmente descansar na abundancia, no poder e no prestigio.

Infelizmente acredito que Holland só vai ajudar o fundamentalismo muçulmano a aumentar e sabe qual o maior perigo? Com isso também aumenta o nazismo. Olhe a Grécia.

Todavia, para bem de todos nós, eu também
não acredito que a História continuará de uma forma linear. Você comunga das mesmas ideias e ideais que eu, por isso tanto estreitamos a nossa amizade, pois nao é comum encontrar uma pessoa como você, Oilson.
Algo vai acontecer e a Humanidade entrará brevemente em outro caminho mais ao nível do meu planeta quinquadimensional.  Eu sei. Então, Bush, Holland ou Elizabeth II e Co.  Irão fazer inferninho noutro planeta menos evoluido do que o nosso - metáfora ou...

Ah... se alguém perguntar porque estou no Brasil e não nos States... Well, primeiro porque meu marido é catarinense, depois porque saí no tempo do Bush - que eu abominava e que dividiu o país, depois porque eu queria viver em um lugar tranquilo para escrever. Talvez volte em 2014, quem sabe? Mas se ficar por aqui é porque também gosto muito deste país e dos meus amigos.

Talvez muitos não entendam: eu posso ter muitos passaportes, contudo, na realidade sou apenas um grão de poeira deste universo, entalada no sistema solar - mais propriamente numa ilha algures no Atlântico do planeta azul e triste... cujos habitantes vivem dentro do cubo do medo.

domingo, 1 de julho de 2012

Sobrevivendo

Elefantes de outras dimensões
voam leves neste sonho.
Ondas arremetem pesadelos de pulgas.

Soldados trajam gaze azul.
Atravessam corpos de aço.
Da terra germina imaculado coração.

Sou tua, tão tua, tão dementemente tua.
Na alma que pesa e na arma que voa,
te canto sem amargura; ilusão transplanto.

domingo, 25 de março de 2012

Lenda da Moura do Castelo de Tavira (Algarve)

"A noite de São João é, desde tempos imemoriais, a noite das mouras encantadas. Conta a tradição, que no castelo de Tavira existe uma moura encantada que todos os anos aparece nessa noite para chorar seu triste destino. Os mais antigos dizem que ela é a filha de Aben-Fabila, o governador mouro da cidade que desapareceu quando Tavira foi conquistada e quase totalmente destruída pelos cristãos, mas não antes de ter encantado a sua filha. A intenção do mouro era voltar a reconquistar a cidade e assim resgatar a infeliz, mas nunca o conseguiu.
A continuação dessa lenda, nos fala de uma grande paixão que um cavaleiro cristão, D. Ramiro, sentiu pela moura encantada. Foi precisamente numa noite de São João que tudo aconteceu. Quando D. Ramiro avistou a moura nas ameias do castelo. Sua extrema beleza e a infelicidade de sua condição muito o impressionaram. Perdidamente enamorado, resolveu subir ao castelo para desencantá-la. A subida através dos muros da fortaleza não se revelou tarefa fácil e demorou tanto a subir que, entretanto, amanheceu e assim passou a hora de se poder realizar o desencanto.
Diz o povo que mal rompeu a aurora, a moura entrou em lágrimas na nuvem que pairava por cima do castelo, enquanto D. Ramiro assistia sem nada poder fazer. A frustração do jovem cavaleiro foi tão grande que este se empenhou com grande fúria nas batalhas contra os Mouros. Conquistou, ao que dizem, um castelo, mas ficou sem moura para amar…"

Comentário de Rosa DeSouza:

Mouras encantadas no sonho do guerreiro. O Penedo da Moura que marca todas as florestas e pedras desse país de passado tão heroico quanto macabro é o registro de sonhos impossíveis dos que tentam romancear genocídios. Qual teria sido o pior? Os mortos nas pradarias, encostas e rios ou o genocídio mais cruel da alucinação que matou mouras de todas as raças, morenas, negras, louras, altas e baixas, gordas e magras - da anima do homem? A cada golpe de espada o sangue que corria vinha da alma cada vez mais esquecida do que ele mesmo era. Esse homem, orgulhoso de sua perícia, enterrava lágrimas em claustros tão escuros que deixou de se ver ou reconhecer. De luz cada vez mais extinta, permitia que a sombra o guiasse a um inferno infinito. Incompleto e inadequado àquilo que ele deveria ser, assim como à vida que deveria usufruir, ele ia arruinando, mutilando e estuprando a sua própria pele em contínuo autocastigo. Flagelando o encantamento da natureza humana, via fantasmas de filhas, mães e amantes desamparadas pairando nas ameias de castelos frios e sem lareiras. Os abutres comiam o que restava de humano nesse homem, mesmo em relação a suas filhas, cada vez mais feroz e inapto. Suas capelas, decoradas de Madonas ricamente vestidas, enganavam a realidade com a ilusão do amor materno - o único que seria aceitável por ocupar o coração de uma virgem tão incompleta como ele. Só essa mulher castrada, sem jamais ter sentido o ardor da paixão e do desejo, tinha os requesitos necessários para ensinar seus filhos a ser como ele. Contudo, alguns homens conseguiram escapar do encantamento dogmático e antinatural. Não apenas em noites de luar, solstícios ou equinócios, mas todos os dias do ano. Eu, moura encantada mas não morta, já os vejo por entre as ameias do meu castelo situado no alto de uma colina de ondulações verdejantes. Os descendentes desses meio-homens estão cansados de sofrer. Eles hoje desbravam as florestas mais perigosas do seu Eu interno, na procura incessante por mouras adormecidas na dimensão escondida das pedras. Os estandartes multicores estão sendo hasteados enquanto os tambores ecoam...


quinta-feira, 22 de março de 2012

De G. Eliot

Nunca é tarde demais para ser quem você poderia ter sido.

Is never too late to become who you could have been.
(G.Eliot)

Pensamento

Segundo a ciência o nosso pensamento modifica o DNA.
Uns evolvem outros involvem.
As mudanças são rápidas...

O resto fica sem comentário.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Adeus

Não te disse adeus naquele dia.
Comigo ficaste, não resolvida.
Estando para lá do mar e das montanhas
e ainda aquecendo estas entranhas.

Partiste refletindo fantasmas na lágrima.
Manjar que repudiava e satisfeita engolia.
O último amor/paixão.
Vida rica do que essa alma jamais entenderia.

O tremor deu lugar ao sol.
O céu voltou a ser azul.
O que podia... foi bom não ter sido.
Me transmutei em plenitude.

O grão de mostarda atravessa a galáxia.
Sou sol e luz para quem me ama.
Te esqueço sem lembrança.
Te amarei em outro mundo.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Carta sobre bacalhau

Querido Flávio, bom dia.

Essa história da sua amiga portuguesa nao está lá essas coisas de bem contada nao.

Se os Fenícios conheciam o processo, isso nao implica que tivesse algo a ver com o chamado bacalhau, o que na realidade é o processo, não o nome do peixe - Cod, pois no Mediterraneo os peixes sao ultra diferentes. Agora, se os Fenícios chegaram aos mares do norte do Atlantico - bastante frios - é outra coisa. Isso sim, pois na América do Norte há inscricoes fenícias gravadas em pedra, o que prova que estiveram lá. No entanto, naquela época os barcos demoravam muito tempo a chegar a seus portos e os peixes apodreciam. O processo de salgar e deixar secar ao sol, usado em Portugal e Espanha é muito antigo, inclusivamente também usado com carne, como o faisão -- nos tempos antigos. Agora tem outros processos.
O lugar em Portugal onde esse processo é mais forte nao é no Porto nem em Lisboa, nem no Algarve. Eh na praia da Nazaré, que fica entre Lisboa e Porto. Um lugar lindíssimo, onde os meus pais alugavam casa no verao. Até tenho uma foto com minha mae e meus tios paternos, estando eu no berço - carrinho- coisa ultra moderna naquele tempo. A praia é muito extensa e a partr de um certo ponto estao as bancas ou mesas onde o bacalhau é processado, ou seja, salgado e colocado ao sol. O cheiro é simplesmente horrível. Mas nao chega aos balneários, nem à cidade lá em cima, onde está a capelinha da Senhora da Nazaré.
Os navios bacalhoeiros, assim se chamavam, agora nao sei, saem de Lisboa. Nessa manhã na Igreja do Bom Sucesso, colégio interno inglês - Dominican School of Bom Sucesso, onde fiz o secundário, dão uma missa para que eles tenham sorte e voltem vivos. Isso é uma tradição antiga, pois essa escola fica em um convento construido no século XVI ou pricípio do XVII, nao lembro bem. Era o palácio de uma condensa que antes das invasões napoleonicas duou a 15 freiras irlandesas, fugidas da Irlanda.
Além disso, o meu primo Jaques, filho da minha tia materna, era médico e especializado em lepra. A frota dos bacalhoeiros tinha o navio hospital. Ele trabalhava nesse navio seis meses por ano, o tempo da pesca. Por conta disso até se apaixonou por uma americana em Nova York. Mas a bruxa da minha tia conseguiu fazer com que ele fosse infeliz toda a vida e ele acabou por casar com uma portuguesa da Covilhã, onde vive até hoje. Ele contava que o pior de tudo era a gangrena. Os homens desciam em pequenos barcos e ficavam no frio e no nevoeiro, além da solidão, por horas a fio. Os pés adormeciam, assim como as mãos. Havia uma quota e eles queriam cumprir, pois ganhavam mais. Enfim, um absurdo, por isso o preço do bacalhau pode ser alto que eu entendo perfeitamente. Apesar de saber que quem mais ganha sao os distribuidores -- tal como no mundo dos livros...
Por sua causa dei uma volta ao passado. Foi bom. Muito bom. Lembrei de ver se o meu primo Jaques está no facebook.
Beijinhos aos dois,
Rosinha

sábado, 3 de março de 2012

A árvore

Queimaram...
tinha quatro milênios.
Petrificada teria sido salva.

Árvore cheia de vida,
ardendo por águas desinibidas...
Apenas enrugada fremia.

O granizo evaporou
Demência foi virtude
Cio fluindo de um amor sem raiz.

Árvore morrendo de pé.
Seiva consumida e não bebida
Cria um mar sem maré.

Árvore queimada, carvão de caldeira.
Nas labaredas ainda grita te amo
meu mar, meu vento, girassol sem vida.

quinta-feira, 1 de março de 2012

David Wilcock Update: "Something Big Is About to Happen"

Queridos amigos,


Estou terminando de ler o livro do David Wilcock - The Source Field Investigations. É um livro puramente científico, por vezes até aborrecido por tanto exemplo, mas não deixa de ser um livro magnífico.

Apesar de algumas ideias loucas, eu gosto do David por ele não ter enveredado pelo caminho da irracionalidade, o que poderia espalhar pânico, pois ele tem milhares de fãs, para não dizer milhões.
Em relação à vossa correspondência e também porque mentalmente já me estou preparando para o artigo que amanhã mesmo irei escrever para a revista UFO sobre o monólito da Georgia que tanta interpretação louca tem provocado, apresento-lhes algumas das ideias a expor e que têm algo a ver com a nossa conversa eletrônica.

Os Mayas sabiam que um ciclo está terminando e outro começando, exatamente devido a seu grande conhecimento astrofísico. Há alguns anos estive nas ruínas de Chichen Itza na Península do Yucatán e digo-lhes que foi uma experiência incrível e única. Segundo os Mayas, os egípcios, os índios do sudoeste americano e outras culturas, haverá uma grande mudança durante a primeira parte deste século, mas nenhuma diz que o mundo vai acabar. Nem o monólito da Georgia. Na grande pirâmide de Giza, Keops, quando se sobe até a torre do rei, no início as pessoas vão quase de quatro, pouco a pouco vão podendo levantar. Só quando chegam perto da torre do rei ficam eretas. (Anões não contam...) As medidas levam a pensar que a torre do rei corresponde a esta década. Ficar ereto significa um novo Homo.

Todos sabem que o sistema solar viaja na galáxia e está neste momento transitando para outra hélice, chamada hélice de Orion. Estamos cada vez mais perto das Pleyades. Nesse trajeto teremos de atravessar o cinturão de fótons o que poderá ter implicações no nosso DNA e mtDNA. Atualmente descobriu-se que os homens com menos de 40 anos estão produzindo muito menos espermatozoides, assim como produzindo mais hormonas femininas do que deveriam. Não só os homens, mas também animais, principalmente crocodilos e peixes. Muitos se apresentam nitidamente hermafroditas. Está havendo uma grande transformação no mundo inteiro.
As Pleyades sempre foram muito importantes para várias civilizações. Todos nós já vimos a insígnia dos carros japoneses Subaru com as Pleyades. Para os Mayas - eles basearam o seu calendário sagrado Tzolkin no ciclo anual das Pleyades e creem que são o lugar de origem de seus antepassados, ou seja, da serpente emplumada – extraterrestres com origem nas Playades. Para os Incas, o aparecimento das Pleyades - 13 a 15 dias antes do solstício de inverno, iniciava o seu ano, pois a sua posição no céu corresponde ao ciclo agrícola anual. Com isto quero dizer que algumas culturas tiveram o cuidado de não nos deixar esquecer a importância dessa constelação. Acontece que o sol, nessa jornada onde todo o nosso sistema balança como uma bola de tênis batendo várias vezes no chão, também sofre influências dos lugares por onde passa. Ele é hoje muito maior do que há um bilhão de anos e as combustões embora cíclicas estão aumentando imensuravelmente. Acontece que neste ano 2012 o sol está tendo e terá terríveis combustões, as quais afetam todos os planetas ao seu redor. Segundo estudos científicos além dos que li no livro do David Wilcock, as combustões ou tempestades solares afetam terrivelmente os instintos humanos tornando-nos mais agressivos, ou seja, menos racionais e mais instintivos. Durante a Segunda Guerra Mundial o sol também teve grandes tempestades. Mas parece que este ano vai ultrapassar todos os recordes.
Isso implica pensar que neste ano de 2012 poderão haver guerras terríveis. Será que a Síria, Iran, Israel e outros perderão toda a capacidade humana de pensar e junto com seus respectivos aliados deem início à pior guerra que o mundo já viu? No fim ---- tudo é provocado pelo instinto quando este age sem consciência. Como diz o Dalai Lama, a ganância é o pior titan.

A aproximação das Pleyades, devido a um grande aumento de fótons atravessando os nossos corpos e a própria terra, pode equilibrar os instintos devido a uma possível transformação do DNA/mtDNA e da consciência. Não sei se no Brasil algum museu mostra os fótons atravessando o espaço – em tempo real. Eu já vi três vezes: no Smithsonian Institute em Washington, no Observatório em Los Angeles e no museu de tecnologia em Toronto. Vale a pena. Agora imaginem isso multiplicado por milhões...

Acredito piamente que, como sempre aconteceu na história da Terra, esta civilização está dando os últimos suspiros. Para que isso aconteça os povos têm de se revoltar, como no mundo árabe e todos os focos contestatórios à volta do planeta - contra a ignorância dos povos, o poder dos bancos e as resoluções e projetos da NOM. Não é possível conceber que aquilo que se passa na África, na Índia e até dentro de países que se dizem civilizados, como as favelas brasileiras ou na Bulgária e na Romênia, mães vendendo filhos e filhas na beira da estrada, tenha continuidade.

Para que haja uma transformação total o pensamento tem de mudar. Conceitos morais ou não, dogmas etc. terão de ser abolidos para que os novos entrem no subconsciente como a água mais pura em um copo cristalino. Porém, isso seria impossível se não acontecer algo grandioso como só a própria Mãe Natureza pode provocar. Os Mayas conheciam profundamente os ciclos terrestres, solares e galácticos e foi por isso que resolveram terminar o calendário nesta época, a qual a olhos vistos mostra ser de transição.

Depois desta civilização haverá outra, mas desta vez não será tão simples como a passagem da grega para a romana. O que realmente está acontecendo é que o Homo sapiens está dando lugar ao Homo do futuro. É a transição de uma raça para a seguinte. Segundo os gregos somos a terceira raça – Dionísio-Zagreus. Segundo os Tibetanos e outros somos a quinta raça. Esta raça Ariana tem por objetivo conhecer a matéria como nenhuma outra. Isso nos levou (como raça) ao desenvolvimento do raciocínio e da lógica. Através deles desenvolveremos a intuição, o que os Atlantas tinham, mas como mente coletiva e quase sem raciocínio individual. A nova raça está nascendo e tudo isto são as dores de parto. Será menino ou menina o próximo Maytrella, como foram Manu, Visnu, Zoroastro, Buda e Cristo? Já está entre nós o/a próximo/a Guia da nova raça.

Preparar o caminho do futuro é um trabalho individual que impulsiona o coletivo. Teremos de ser cada vez mais conscientes e amantes. Temos de aprender a amar noutro nível. Mesmo que se riam de nós. Rir é muitas vezes uma forma de expressar incapacidade, mais do que incredulidade. Acredito numa das frases da minha infância: a melhor forma de ensinar é dar exemplo. Amar, mas com sabedoria e raciocínio.

James Lovelock, o cientista que descobriu o aparelho para medir o ozônio dizia: a terra não acaba, mas o homem sem consciência pode destruir-se completamente. Todavia, isso também não irá acontecer. Talvez, como está escrito no monólito da Georgia, só 500.000 sobrevivam, mas a Humanidade tem de continuar.

Isto é uma carta, não um artigo, desculpem os saltos, mas eu tinha de dizer.

Rosinha

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Introdução do meu novo livro Misticismo Decodificado

O silêncio dorme para esquecer aquilo que um opaco véu ciumentamente encobre. Para quê? Para que verdades terrenas e universais fiquem para sempre no cofre dos segredos? Ele parece proteger inocências e tragédias, identificando-nos a cruzes ensanguentadas. Toneladas de rosas dormem com o silêncio, esquecendo as pétalas e mostrando apenas os espinhos. Porém, para quem tem os sentidos aguçados, um perfume inconfundível fala de outras realidades, de rosas multicores e de vivências simples, preenchidas e realizadas.

Olho o universo com fitas métricas nas íris. Um de infinitamente tantos. Penso em trilhões de galáxias. Uma delas, a Via Láctea, com outras tantas estrelas. Vejo-me neste canto sombrio de uma de suas hélices, banhada pela estrela a que chamo sol. Revejo um pequeno planeta azul, não mais do que um grão de poeira que roda na imensidão do despropósito. Continuo pensando extasiada que sou parte deste visível e invisível que me rodeia. Penso nos milhões de quilômetros que faço a cada hora sentada nesta cadeira. Penso nos meus companheiros de viagem, a Humanidade, minha mãe e minha filha. Sofro com ela, confundida entre bem e mal ou entre deuses e demônios, apenas produto de uma cultura que nos estrangulou a imaginação.

Daqui, neste jardim tão ínfimo quanto eu, olho o céu azul e me vejo desproporcionalmente pequena. Isso, porque se a minha mente tem capacidade para imaginar esse Universo, não será que por isso mesmo ela é tão grande quanto ele? O que há em mim que me liga a tudo, que me leva a imaginar o que não me foi ensinado e a compreender a minha responsabilidade com esse mesmo Todo? Se sou existo e se existo tenho um objetivo maior do que a minha compreensão. Sei ou sinto que sou parte de um Grande Plano e que a minha vida tem sentido, mesmo que eu morra sem entender a sua dimensão.

No absurdo do nada encontro este meu ser que se recusa a esta exígua extensão, mas que assim mesmo tem tanta capacidade e perfeição. Todo o mecanismo deste organismo, toda a ânsia desta mente, toda a vontade desta fibra que me ligam a um Todo tão absoluto como relativo, me levam a acreditar que sou um microcosmo à imagem do macrocosmo, em toda a sua totalidade. Deixo de ser tímida. Dou início a uma formidável procura, enquanto coloco as asas da certeza na conquista de alguma Verdade. Sei que o importante não é saber todos os segredos. Apenas alguns. Aqueles que me tornam um ser humano digno do que sou. Também não é importante saber por saber, mas afunilar o que sei para a coerência desensinada do que em mim transborda num imenso desejo de participação. Enquanto guerreira me permito tentar destruir doutrinas vazias e malfeitoras, mesmo que algozes tentem assassinar as minhas mãos, a minha língua, a minha vontade.

Em mim há constelações, habitados planetas, galáxias, universos paralelos e simples estrelas cadentes nos destroços do meteoro que me encandeou no caminho do meu sol. Quero usar esse universo pessoal para encontrar a resposta à pergunta universal: quem sou? Para que existo? Qual a finalidade de tudo isto?

Revejo a História e filosofias que me foram ensinadas, prisioneiras de um cubo de dogmas imutáveis onde horizontes e outras possibilidades definhavam em águas estagnadas. Todavia, dentro do sonho desejoso de Verdade, encontro a outra, a proibida. Fundações modificadas pelos opressores, os quais escondem realidades onde a capacidade humana é pecadora e condenável, para que eu nunca saiba quem sou e assim me humilhe a deuses e homens que caminham entre exércitos genocidas a bem de uma paz que não procuram. A matéria deixou de transitar entre o espírito, tornando-se cada vez mais densa e perdida em subterrâneos cheios de minotauros e sem propósito. Se a própria galáxia tem um caminho definido como poderei eu apenas existir para me perder no labirinto em que a vida não vai além do absurdo?

Vivificando todo este realismo poético, termino por lembrar discussões imensas, intermináveis, inflamadas, de tanta gente preocupada com a existência de deuses. Alguns perguntavam, “Jamais algo te provou que deus existe?” Tanto tempo perdido com insignificâncias... Que importa se deuses existem? Quando pareço estar perto da essência divina apenas sinto. É inexplicável, improvável e sem definição. E se não existissem? Seria o meu objetivo diferente? Seria a minha atitude menos medrosa e por isso menos responsável? Seria eu mais ou menos verdadeira? O importante não é saber se deuses existem, mas a minha atitude perante mim mesma, os outros e o infinito, o qual é tão parte de mim como eu sou parte dele. Jamais poderei colocá-lo na caixa das coisas perdidas ou sem importância. É a esse infinito que a minha mente ergue um altar que enfeita um longo corredor cheio de portas e sem muros. É percorrendo esse caminho que trilhões de probabilidades afloram, tornando-me capaz de ir além do intelecto. Estou armada de olhos e percepções capazes de transformar-se em horizontes jamais imaginados. Na procura do esquecido ou na luta para desvendar o segredo que durante tanto tempo esteve guardado por milhares de dagrões, me entrego a um exercício místico que me guia na procura do que sou e do que posso vir a ser.