quarta-feira, 4 de julho de 2012

Carta a um amigo

Referente às fotos onde na praça da Bastille François Holland estava rodeado de uma multidão com várias bandeiras de paises árabes e africanos e apenas uma era a bandeira da França. Ao mesmo tempo, no Trocadéro, Sarkozy estava rodeado de uma multidão carregando apenas a bandeira da França, aos milhares. François Holland tem três árabes no seu gabinete.


a diferença entre a "poesia da teoria" e a triste realidade é abismal.

A França é um dos países onde o trabalhador é mais regalado e respeitado no mundo inteiro.
Vivi lá quatro anos como estudante. Nunca me faltou nada. Já nessa época o estudante e o trabalhador tinham transporte público quase de graça. Nessa época os transportes eram bilhões de vezes superiores aos brasileiros de hoje. Só em Hong Kong vi algo parecido.
Tinhamos bilhetes gratuitos ou quase -  para óperas, peças de teatro etc. Comida balanceada por 1.5 francos nos restaurantes universitários espalhados pela cidade - e eu nem era francesa, nem se sonhava com a Comunidade Europeia.

As universidades estavam cheias de árabes e negros, principalmente da Costa do Marfim, Niger e Camarões.
A assistência médica era ótima, talvez o sonho dos brasileiros para o ano 3.000.
Agora, nos dias de hoje, basta trabalhar tres meses, sendo estrangeiro, para deixar de trabalhar e ter subsídio de desemprego por um ano - Note: mesmo para estrangeiros. O trabalhador estrangeiro  é tratado com os mesmos direitos, subsídios, bolsas, cursos etc. que um francês.

Agora: os muçulmanos vindos do norte de África ou da região ao sul do Sará estão abusando. Em lugar de se adaptar aos usos e costumes do país para onde imigraram querem que o pais se adapte aos deles. Provocam revoltas e já no meu tempo havia um ataque terrorista - de pequena escala - pelo menos uma vez por semana, só em Paris. Muitas vezes dentro do metro. A maior parte por argelinos.

São esses quem ataca os judeus que nada têm a ver com Cabala, bancos e monopólios ou NOM. E mais, no meu tempo (pois agora é muito "melhor") quase todas as greves da fome - fossem de iranianos e simpatizantes contra o Xá do Irã, tunisinos contra o regime, marroquinos contra o rei etc. lhes era dado um lugar espaçoso e arejado dentro de uma instituição do governo, muitas vezes a Universidade de Vincennes ou outras, onde eles poderiam mostrar filmes sobre as barbaridades dos respectivos governos. No meu tempo era em Paris que o ayatollah Khomeini tinha os seus comícios. Todos sabiamos. Quer mais liberdade do que isso? Nas manifestações de rua, tal como em Inglaterra,  os manifestantes sao protegidos pela polícia - até que esses mesmos se manifestem contra os que os protegem - o que acontece atualmente.

Com isto não estou defendendo capitalismos nem socialismos. Nem acredito em qualquer deles, pois apenas acredito na liberdade individual quando todos forem conscientes de que a sua liberdade termina onde começa a do vizinho. Sou "inclinada" ao constitucionalismo (USA).

Porém, eu sei que em França há um grande perigo - a perda do ideal nacionalista e da cultura. Alguém gostaria que argentinos, bolivianos, paraguaios e tal - tomassem o Brasil, roubassem a nossa identidade e substituissem a cultura, tal como os chamados Vandalos tomaram Roma, o que provocou a sua queda?

A infiltração aparentemente silenciosa dos imigrantes em França toma vulto, principalmente quando um político, como o Holland - como dizem os mexicanos: me importa um pepino qual seja -   para ganhar as eleições se acomoda, ou seja, vende a si mesmo e seu país aos imigrantes que podem votar e assim ganhar os votos que os franceses lhe negaram. Porém, esses mesmos imigrantes ou filhos de imigrantes continuam fieis ao país de origem de seus pais ou à cultura religiosa a qual acima de tudo e como todos sabemos é puramente política.

Fui casada com um muçulmano tunisino que, tal como eu, era estudante em Paris. Eu sei do que estou falando. Conheço os dois lados por dentro e por fora. Eu sei que a França deve colocar os franceses acima de tudo, como o Brasil deve fazer com o seu povo. Ninguém pode dar o que não tem. Sabemos que há uma dívida muito grande com os paises colonizados, como a horrenda guerra da Argélia, e o abuso feito em paises como Costa do Marfim, mas seria muito melhor ajudar esses paises a se erguerem do que absorve-los, já que pretendem continuar a ser nacionalistas, não em relaçao à La France, mas a seus paises, mesmo que nunca aí tivessem ido.

Todos sabemos que essas escolhas são devidas à necessidade de identidade. Em França eles não se podem sentir franceses, pois carregam a sua cultura desde que nasceram, o que dividiu a sua individualidade e essência. Isso abala as suas raizes - "Quem sou? De onde sou?" Então, quando as massas os chamam imediatamente se identificam e aderem.

Voilà - Maintenant je suis contre la droite.
Algo que vale a pena para me identificar.
Algo francês que torno anti-francês.

Seremos tão ingenuos que não reconhecemos o segundo verdadeiro inimigo por tras da bandeira do Irak e tal? O fundamentalismo muçulmano - Não esquecer.

Para eles a direita é a malfeitora e causadora da miséria dos paises de seus pais. Mas já que a França lhes permite estudar em boas universidades de graça, por que ao terminar os estudos não voltam para esses paises e trabalham para que seus compatriotas saiam da miséria? Claro que isso é uma loucura, alucinação da minha parte. O conforto pessoal é muito mais forte e se nesses paises eles se manifestassem - a polícia não iria protegê-los, como em França, mas sim atacá-los, prendê-los e quem sabe torturá-los até a morte. La Liberté é para os franceses, por isso eles ou seus pais imigraram para França, e o problema é quererem ludibriar as regras e rasgar a ética da liberdade - quando tomam as rédeas de direitos a que não têm direito.
Porquê? Porque na verdade ils s'en foutent de la France. (Não dão a mínima pela França)
A minha pergunta é: as fronteiras existem, é uma realidade. Então por que será que no nosso lirismo social e quando nos convem queremos destruí-las?

O meu ideal, naquele planeta onde eu gostaria de viver, não há fronteiras. Nem francesas, nem americanas, brasileiras ou sudanesas. Contudo, é preciso ver que nesse mesmo planeta todos seriam educados, seus ideais seriam elevados e a identificação de cada um seria com algo dentro de si, mas que também seria muito maior do que eles. Todavia, a realidade é que neste planeta Terra, (que talvez um dia chegue a ser como o do meu ideal - quem sabe? Eu sou muito otimista e até penso que tenho bases para isso)  a consciência da maioria ainda é precária, pobre, vulgar e primitiva. Sejamos nós de direita ou de esquerda.

Dizendo tudo isto, não estou defendendo o ideal de ter seja quem for por presidente da França. Quem sai ou entra tanto me faz e seria muito ingenua se pensasse que por tras de François Holland há alguma força diferente da que esteve e continua estando por tras de Sarkozy.

Como pode alguém que sabe o que se passa no mundo como a ação da Nova Ordem Mundial, dizer que um filho de um agente da CIA - que nem era agente diga-se de passagem, submete a França aos Estados Unidos? Todos vimos e ouvimos que Holland ou Sarkozy se tivessem de submeter-se a algo seria à Alemanha, mas acima de tudo aos dirigentes da Comunidade Europeia, ou seja à NOM, e é bom notar que as cúpulas mais altas são inglesas e tal. Quem ainda continua mandando no mundo é a Inglaterra, através da família real europeia, principalmente da Dinamarca, que aparentemente não têm poder, assim como os Morgan, Rothschild e alguns outros como os americanos Rockfeller e Bush.

Para quê tanta animosidade contra os Estados Unidos? Acha que todos sao agentes da CIA? O povo americano é generoso, alegre, bom, trabalhador como mais ninguém e estudioso. Mas é um pais imenso. Sao quase 300 milhoes de almas de todas as raças e religioes.
Há os republicanos e os que votam nos republicanos - uma grande diferença. Eu sou americana e tenho orgulho nisso. Amo aquele pais. Detesto a política, principalmente a republicana, mas eu sei que por trás de democratas ou republicanos está a mesma força que comanda a Europa. Só para assuntar, também sou europeia, tenho os dois passaportes... Eu vivi, comi e bebi política de manhã à noite. Em Portugal fui comunista, em França trotskista e ambas vertentes me ensinaram a abominá-las.
Nos Estados Unidos eu vivia em cima de tapete vermelho, meu ex-marido era economista do Banco Mundial - o inimigo!!! 
Não, não dei em doida, sou mais equilibrada do que a maioria e aprendi muito -
No frigir dos ovos foi para isso que nasci - aprender e passar esse conhecimento. O que aprendi? Isso dá um livro... mas quanto a partidos políticos - uns são mais requintados em maneiras e palavras ou instintos de malvadez, outros mais rudes e populares, mas no fim:  "vira o disco e toca o mesmo..." É por isso que o Brasil não tem oposição, só nominal e o que seria "esquerda" é burguesia pura. O Brasil de esquerdismo só tem corrupção e nomenclatura.

"Engodo" é a palavra certa para os que acreditam nas palavras dos políticos. Eles apenas querem  votos, nao importa de quem. Depois? Muitos sao uns vendidos, preocupando-se com as próximas eleições, para finalmente descansar na abundancia, no poder e no prestigio.

Infelizmente acredito que Holland só vai ajudar o fundamentalismo muçulmano a aumentar e sabe qual o maior perigo? Com isso também aumenta o nazismo. Olhe a Grécia.

Todavia, para bem de todos nós, eu também
não acredito que a História continuará de uma forma linear. Você comunga das mesmas ideias e ideais que eu, por isso tanto estreitamos a nossa amizade, pois nao é comum encontrar uma pessoa como você, Oilson.
Algo vai acontecer e a Humanidade entrará brevemente em outro caminho mais ao nível do meu planeta quinquadimensional.  Eu sei. Então, Bush, Holland ou Elizabeth II e Co.  Irão fazer inferninho noutro planeta menos evoluido do que o nosso - metáfora ou...

Ah... se alguém perguntar porque estou no Brasil e não nos States... Well, primeiro porque meu marido é catarinense, depois porque saí no tempo do Bush - que eu abominava e que dividiu o país, depois porque eu queria viver em um lugar tranquilo para escrever. Talvez volte em 2014, quem sabe? Mas se ficar por aqui é porque também gosto muito deste país e dos meus amigos.

Talvez muitos não entendam: eu posso ter muitos passaportes, contudo, na realidade sou apenas um grão de poeira deste universo, entalada no sistema solar - mais propriamente numa ilha algures no Atlântico do planeta azul e triste... cujos habitantes vivem dentro do cubo do medo.

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