quarta-feira, 2 de março de 2011

Agora que a democracia,
a liberdade
de pensar e falar
virou utopia
até o amor
chora na gaiola
tocando a viola
da desesperança.

O cerne dói,
a alma desesperada
grita mudança.
Abomino este poder
que só corrói.

Eu não queria admitir,
a ignóbil verdade
que me fazia rir.

Só hoje entendi,
a estrela é tão gamada
como gamada é a estrela.
Desisti...
Pari um sonho inconcebível
uma verdade inadmissível...
O poder consome
quem o quer desmascarar
e o Homo não tem como se libertar.

Que caia um asteróide,
Que a Terra vire,
Que o sol tudo consuma...
Aqui tudo explode,
a decência, a nobreza,
a justiça...
nenhum deus lhes acode.

Vejo suas cabeças explodirem,
os corpos rastejarem,
filhos implorarem...
corpos sem alma,
mentes sem perdão.
Mataram Jesus,
que os rejeitara...
trocando moedas em templos
continuam a exploração
não teem remissão
não teem perdão.

Mataram o meu sonho
mataram a possibilidade...
Será 2012
a sua calamidade?

Mesmo que eu morra,
fulminada,
Eles não mais podem
mandar no mundo
controlando-o à chibatada...

O meu sonho tem de subsistir.
Acredito no bom, no belo e no porvir.
Que os céus abram e os engulam
mas o futuro tem de transluzir

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